quarta-feira, 2 de maio de 2012

Se puder, sem melancolia...

Não insisto mais, nem volto atrás; deixa tudo ficar assim do mesmo jeito de sempre. O que se arrasta muito, meu bem, acaba muito arranhado. Então antes que eu mude de ideia e tente pela milésima vez arrastar todo esse amor tolo, pesado e sem sentido algum por mais alguns quarteirões ou anos. Deixe tudo assim, desarrumado. A cama bagunçada, os pratos sobre a mesa. Se puder, sem melancolia esqueça um de seus manuscritos por descuido dentro da gaveta. Talvez eu o leia num desses dias tristes de verão e finalmente encontre nele tudo aquilo que esperei por tanto tempo que você me dissesse e que nunca o fez. Quanto ao resto, vai tranquilo, o filtro do tempo se encarrega de dar cabo as memórias, em algum momento da estrada elas viraram pó.

— Preenchendootempo

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